Inteligência Emocional (IE) é um conceito popularizado pelo escritor e pesquisador norte-americano Daniel Goleman, que o descreve como a capacidade de gerenciar sentimentos e de expressá-los de modo correto e eficiente.
Segundo Goleman, o controle das emoções é essencial para o desenvolvimento da inteligência integral, pois pessoas que estão no controle de seus sentimentos e impulsos são mais capazes de criar um ambiente de confiança e alta performance, onde elas se desenvolvem e também desenvolvem outras pessoas.
Estudos patrocinados por diversas multinacionais ao redor do mundo demonstram que, em qualquer tipo de trabalho, competências emocionais bem desenvolvidas são mais eficazes para o alcance da excelência do que as capacidades cognitivas. Inclusive, grandes empresas já usam os resultados de testes de perfil emocional como critério eliminatório em seus processos seletivos, ainda que o candidato apresente conhecimento técnico acima da média.
No entanto, Inteligência Emocional não tem a ver somente com ser calmo, amável e paciente em situações de crise. Antes, tem a ver com autoconhecimento, com ser capaz de dar feedbacks difíceis de modo assertivo, saber mediar conflitos e ter uma visão positiva diante das adversidades.
Depois de mais de três décadas debruçados sobre o tema, especialistas nos campos da psicologia e da neurociência categorizaram o conceito de IE em cinco habilidades essenciais a serem desenvolvidas e aqui nós vamos falar sobre três delas: autoconhecimento, autocontrole e autorresponsabilidade.
Autoconhecimento
Há um famoso dito popular grego que diz: conhece-te a ti mesmo. O autoconhecimento é o primeiro passo para o empoderamento de suas competências emocionais, pois a maneira como você se comporta e responde às situações externas é regida por processos mentais internos.
Quando você diz “eu sou”, qual é o seu pensamento? Do que está carregada a sua bateria do “Ser”? Sua identidade é formada desde a concepção, pelos sentimentos dos pais, seguida da educação e de todo o ambiente que te cerca.
Quando diz “eu sou” seguido de palavras negativas, você reforça a sua crença interior ligada à sua personalidade. Essa crença vai para o seu subconsciente e gera convicções dentro de você que são difíceis de mudar.
Difíceis, mas não impossíveis! Você pode começar a cultivar uma consciência correta a respeito de si, e essa nova consciência te levará a uma nova forma de pensar e agir, consigo e com as pessoas à sua volta.
Faça os seguintes exercícios: primeiro, escreva em uma folha de papel a resposta sincera para as perguntas “quem sou eu?”, “quais são meus pontos fortes e meus pontos fracos?” e “De que modo os usarei em meu favor e em favor dos que me cercam?”. Depois, descreva os sentimentos que você experimentou nos momentos mais difíceis de sua vida pessoal e profissional. O que você faria diferente?
Compreender quem você é e saber nomear as suas emoções mais íntimas é essencial para que você possa usá-las em seu favor.
Autocontrole
Do ponto de vista da psicologia, autocontrole é a habilidade de controlar impulsos emocionais indesejáveis e aperfeiçoar comportamentos advindos deles para atingir objetivos a curto, médio e longo prazo.
Um momento do trabalho em equipe em que é importante ter autocontrole é o momento de dar feedback ao líder ou ao liderado sobre o trabalho que está sendo desenvolvido. Assim como a saúde emocional e o sucesso de um casal depende da forma como eles comunicam os problemas do relacionamento, a eficiência e produtividade das pessoas de sua equipe dependem de como lhes são transmitidos os problemas incômodos e da forma como elas recebem.
Muitas vezes, as pessoas só dão o feedback negativo quando já estão iradas demais com o andamento insatisfatório do trabalho. Dessa forma, o feedback é dado de maneira errada, é recebido como afronta, e quem os recebe fica com raiva. É a pior maneira de motivar alguém.
Você conhece as suas reações? Você sabe identificar o modo certo de dar um feedback quando ele é negativo? As suas ações são motivadas pelos impulsos dos seus sentimentos, ou pela razão? Responda sinceramente a estas perguntas e trace rotas de mudança.
Autorresponsabilidade
Autorresponsabilidade é a capacidade de se responsabilizar pelos resultados que você tem colhido na sua vida. A sabedoria bíblica, há milênios, já classificou o conceito de autorresponsabilidade como a lei da semeadura — cada um terá de colher aquilo que plantar. Os autorresponsáveis vivem de forma ativa, leem a vida e as circunstâncias, boas ou ruins, em primeira pessoa.
Ter Inteligência Emocional é entender que você é o único responsável pelo estado atual de sua vida, trabalho, família e finanças, e, portanto, é o único que pode mudá-lo. Aprenda a assumir uma derrota sem culpar terceiros, circunstâncias ou o destino, pois esta é uma atitude de vencedor.
Diante do fracasso, olhe para si mesmo e se pergunte: onde poderia ter me dedicado mais e o que devo fazer para, da próxima vez, ter mais sucesso?